Dalva Saudo - MULHER BORDADEIRA

Máquina da Bordadeira Jandyra Marchi

Ao som do seu instrumento, ELA bordava:

Vestidos

Blusas

Saias

Toalhas em rechiliê para altares luxe élégant

Que adornavam igrejas em feriados santificados.

Finados bordados...  requintados... refinados! 

Maquiada, bordava em sua máquina

Bem vestida

Animada!

Lembro-me dos monogramas NOB

NOROESTE DO BRASIL

que na borda da fronha bordava

Para personagens  repousarem em sua Arte

Nos vagões de primeira classe

Da Estrada de Ferro

De um passado

Que vai ficando distante

Ziguezagueava também sua vida

Esticava-se para amenizar suas dores

Como fazia com os panos nos bastidores.

Programada de emoções
Sempre apaixonada,
Em sua vida abrasante

Teve vários amantes.

Visualizo-a chamejante

Sorrindo

Amando

Cingindo na Singer

Bordando sua vida e a minha de menina para sobrevida
Em carretéis de linhas coloridas!