O casal a avó e a criança sentados à minha frente no sofá do Shopping das Bandeiras, cada um com seu sorvete.
A criança ali no meio olha para um lado e para outro, onde encontra a cada lateralidade uma colherada de sabor diferente
Encontra uma colher de sorvete aqui... Outra acolá! Vai e volta... Volta e vai com movimentos regulares.
A vó ao lado enquanto degusta... Sossegada observa a cena.
A mãe da criança tem o vigor da juventude, mas um espelho implacável ao lado! Sua mãe.
A criança se distrai e o casal continua a saborear o sorvete.
Aproveito que o menino não está mais interessado na guloseima e sim olhando para mim, mostro-lhe o meu chaveiro com um grande leão de pelúcia.
Ganho o sorriso do menino, que me encanta!
É hora de a mãe dar água para a criança e quem se distrai sou eu
Olho para o meu lado e vejo um charmoso senhor de cabelos grisalhos.
Mas... Estou velha. A festa acabou. Meus pensamentos voam como um tapete mágico, provando que estou viva!
Sonho de modo momentâneo que ainda daria para aquele senhor ser meu amor..
Volto a mim. Olho para frente. Meus personagens sumiram!
"Onde estará agora aquela família? Que sejam muito felizes!"
Será que poderiam imaginar que na frente deles havia uma escritora da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro se inspirando neles para uma crônica?
Eu os observara, mas eles nem notavam que à frente havia uma pessoa olhando-os, anotando, descrevendo os acontecimentos do cotidiano!
www.dalvasaudo.blogspot.com
Cadeira 13 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro
Um comentário:
Querida estrela Dalva,
A observação da família com a criança tomando sorvete no Shopping, através desta crônica, prova o quanto você é sensível a um simples detalhe do cotidiano, bastando seu o olhar de escritora para torná-lo especial.
Parabéns por seu dom.
Com carinho e admiração
Rosana
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