CENÁRIO: ÔNIBUS 212
CAMPINAS SP
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DALVA SAUDO
Seus olhos naquela manhã
estavam tão nublados quanto o céu
marejados de lágrimas amargas como fel.
Com dificuldades enxergavam
o gotejar da chuva mansa
no explodir de densa nuvem
numa mágoa contínua, incontida
embaçando vidros do coletivo veículo.
A paisagem lá fora se escondera.
Chuva e lágrimas não paravam de cair.
Rolavam pela face, pelos vidros...
Ambas suavizavam limítrofes sofrimentos
atenuando, diluindo ressentimentos.
Brotavam sufocadas
cada qual extravasando sua dor,
na esperança do renascer
de novas vidas, sem mágoas
no explodir e romper de bolsas d'águas
que admirariam novas paisagens
em close...
que nasceriam coloridas em novas viagens...
do ônibus 212.
Seus olhos naquela manhã
estavam tão nublados quanto o céu
marejados de lágrimas amargas como fel.
Com dificuldades enxergavam
o gotejar da chuva mansa
no explodir de densa nuvem
numa mágoa contínua, incontida
embaçando vidros do coletivo veículo.
A paisagem lá fora se escondera.
Chuva e lágrimas não paravam de cair.
Rolavam pela face, pelos vidros...
Ambas suavizavam limítrofes sofrimentos
atenuando, diluindo ressentimentos.
Brotavam sufocadas
cada qual extravasando sua dor,
na esperança do renascer
de novas vidas, sem mágoas
no explodir e romper de bolsas d'águas
que admirariam novas paisagens
em close...
que nasceriam coloridas em novas viagens...
do ônibus 212.
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