CANSEI
Maria Conceição Arruda Toledo
Cansei de fingir uma força que não tenho.
Cansei de segurar as lágrimas de dor.
Cansei de prender os soluços na garganta.
Cansei de passar aos outros aquilo que já fui:
A guerreira contumaz e persistente
que luta, que enfrenta as situações
que se antepõem a seus objetivos.
Não sou mais a corajosa e intrépida
lutadora do passado. Sinto-me frágil,
incapaz de fazer frente às tragédias
que a vida vem me reservando. Cansei.
Quero chorar todas as lágrimas
que venho ultimamente reprimindo. Cansei.
Vou soluçar sem constrangimento
na garganta, para aliviar
o peso que trago escondido
no mais íntimo da alma. Cansei. Cansei.
O coração que bate no meu peito,
apertado de saudade do meu filho
que se foi para sempre, sentirá aliviado.
Às favas a guerreira, a falsa fortaleza
que julgam existir em mim e que já não é.
Maria Conceição de Arruda Toledo (a terceira da esquerda p/ direita )pertence ao Conselho Consultiva do CPAC (Centro de Poesia e Arte de Campinas)
Natural de Jaguariúna SP nasceu dia 08 de outubro de 1920. Cidadã campineira em 1970. Jornalista e escritora. Pertence à Academia Campinense de Letras, Centro de Poesia e Arte, Instituto histórico e geográfico e clube dos 21 Irmãos Amigos todos de Campinas. Tem vida participativa e laboriosa.
Maria Conceição de Arruda Toledo é muito querida por todos que a conhecem!
Fonte: A poesia CANSEI está na página 76 do livro "Campinas de todas as Artes" Antologia dos 31 de Poesia e Arte do CPAC
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